O objetivo principal da investigação consistiu em problematizar a abrangência do conceito de patrimônio rural mediante a utilização do inventário participativo na identificação dos aspectos da cultura nas comunidades rurais de Mossoró, Rio Grande do Norte. A fase inicial da investigação consistiu no trabalho de revisão bibliográfica partindo do conceito “patrimônio rural”, “inventário participativo”, “educação patrimonial” sendo os referenciais teóricos da investigação, Tognon (2010), Reis (1979) e o Instituto do Patrimônio Histórico e [Artístico Nacional – IPHAN (2016). Na etapa posterior foram aplicadas fichas do inventário (fichas do projeto, ficha do território, ficha de lugar, ficha de saberes, ficha de objetos, fichas de formas de expressão e fichas celebração) presencialmente e em formato digital com a utilização do formulário Google em decorrência dos transtornos ocasionados pela pandemia do COVID-19, no início do ano de 2020. O universo da pesquisa foi constituído de uma jovem e cinco adultos, todos ainda residentes na comunidade. Localizada a 29 km da sede Mossoró, a comunidade MAISA (Mossoró Agroindústria S/A) com uma população de aproximadamente 2.400 famílias é resultado de uma antiga empresa privada fundada em abril de 1968 que funcionou até o ano de 2002. Contudo ao remontarmos o histórico de fundação da Comunidade foi possível observar que já existia uma dinâmica comunitária anterior à chegada das fábricas, como relatou o entrevistado 1,“A comunidade surgiu nos anos 72 a 77 com os desmatamentos, em seguida com as construções das casas, escola, postinhos de saúde, centro social, Fundação Aproniano Sá uma pequena prefeitura para organizar as coisas da comunidade uma biblioteca na qual tinha o nome João Liberalino Neto campo de futebol uma creche para as crianças, jardim de infância....daí veio as pessoas [sic] morar na comunidade e começou com a colheita do caju e poda do cajueiro mas pra felicidade da comunidade veio a construção da Fábrica de suco do central onde os empregos só aumentavam (...)”. Com efeito, a chegada das fábricas na Comunidade é apontada como um evento de grande importância, assim como seu fechamento. As construções estruturais de uma cidade, sítio ou de uma comunidade rural ou urbana não são constituídas apenas de valores físicos, os sujeitos envolvidos atribuem seus valores sentimentais a partir do que está se desenvolvendo no seu lugar de vivência, trazendo sempre à memória momentos de grande importância para suas vidas. Esse valor sentimental é também perceptível na preocupação em preservar certos ambientes da comunidade. No que diz respeito aos bens patrimoniais estes não se restringem apenas às construções de pedra e cal, a cultura do lugar também possui valor patrimonial, agindo como referência da comunidade, como exemplo citado pelos moradores temos as festividades religiosas, feiras culturais e eventos educacionais, possuindo valor de sustentabilidade econômica. Em suma, na análise feita a partir dos questionários on-line e presenciais foram destacados espaços, construções, festas e objetos que remetem à memória e à identidade da comunidade, com isso podemos perceber a importância educacional, econômica e sentimental que os bens culturais assumem nestes lugares de vivência.
Comissão Organizadora
Thaiseany de Freitas Rêgo
RUI SALES JUNIOR
Comissão Científica
RICARDO HENRIQUE DE LIMA LEITE
LUCIANA ANGELICA DA SILVA NUNES
FRANCISCO MARLON CARNEIRO FEIJO
Osvaldo Nogueira de Sousa Neto
Patrício de Alencar Silva
Reginaldo Gomes Nobre
Tania Luna Laura
Tamms Maria da Conceição Morais Campos
Trícia Caroline da Silva Santana Ramalho
Kátia Peres Gramacho
Daniela Faria Florencio
Rafael Oliveira Batista
walter martins rodrigues
Aline Lidiane Batista de Amorim
Lidianne Leal Rocha
Thaiseany de Freitas Rêgo
Ana Maria Bezerra Lucas